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Gravuras: Arte que sobe e desce a serra

A exposição Arte que sobe e desce a serra 2019: Gravuras foi contemplada pelo edital do projeto do Plano Municipal de Cultura de Petrópolis e respondeu à demanda do edital com foco na produção de nascidos e/ou residentes na cidade de Petrópolis egressos da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Nosso projeto contou com exposição coletiva, visitas guiadas direcionadas aos alunos da rede pública de ensino, oficina de gravura na Escola Municipal Prof. Nilton São Thiago e roda de conversa no Centro de Cultura Raul de Leoni.


Artistas: 
Carolina Ponte, Fábio Gonzalez, Patrícia Pedrosa, Pedro Neves e Rane Bessa.

Curadoria: 
Shannon Botelho

Produção: 
Diana Iliescu | Ginja Filmes e Produções

Arte que sobe e desce a serra 2019: gravuras
Texto de Shannon Botelho

Talvez o primeiro registro do ser humano, ao longo de sua história evolutiva, tenha sido marcar na parede de uma caverna o contorno de sua própria mão. Este gesto, apesar de simples, inaugura um momento completamente novo na relação deste ser com sua consciência: a percepção de que a existência poderia ser registrada. A gravura, meio expressivo comum aos artistas desta exposição, é dotada da mesma natureza indiciária que o gesto da caverna. Ela aprisiona no tempo, opera nele mesmo, um registro. Permanência.

Nos trabalhos de Carolina Ponte, Fábio Gonzalez, Patrícia Pedrosa, Pedro Neves e Rane Bessa, figura não somente a ideia de registro, mas também o processo experimental que a   técnica exige. Em gravura, não basta eleger os materiais com os quais serão produzidos os trabalhos. É preciso considerar o resultado, mesmo antes da soma dos fatores. Por isso, nesta exposição são apresentadas pesquisas individuais cujos elementos resultantes são objetos artísticos, por estarem vinculadas a um pensamento plástico e a diferentes vivências poéticas.

Mesmo sendo a gravura uma técnica tradicional, os trabalhos aqui apresentados exploram a possibilidade de ampliação dos limites da própria gravura, estabelecendo relações e conceitos com elementos externos ao modo de produção. Carolina Ponte, Fábio Gonzalez, Patrícia Pedrosa, Pedro Neves e Rane Bessa, revelam não somente suas obras, mas modos de pensar, suas maneiras de lidar e perceber o mundo. Em cada trabalho apresentado, revelam-se os aspectos de suas pesquisas visuais, estabelecidas entre o lugar e o tempo, ação e a duração.

Por fim, pode-se dizer que Gravura, Arte que sobe e desce a Serra, constitui um recorte atualizado da produção contemporânea de gravura na cidade de Petrópolis. Constatando que do deslocamento – entre subir e descer a serra –, os processos artísticos permanecem e constituem outras paragens para o campo das Artes Visuais e para a cultura local.

Oficina de isogravura na Escola Municipal Prof. Nilton São Thiago

Roda de conversa com os artistas